Na tarde de hoje (31), a equipe do OAgregador acompanhou de perto as manifestações de apoiadores do até então Presidente da República Jair Messias Bolsonaro, que aconteceram na cidade de Rialma – Goiás.
Manifestantes que diziam não concordar com o resultado as eleições, atearam fogo em pneus e até incendiaram carros na BR-153, próximo ao município de Rialma, no interior de Goiás. A manifestação iniciou-se por volta das 17h e pouco antes das 19h a rodovia já havia sido liberada nos dois sentidos.
Aparentemente, poucas pessoas participaram diretamente deste ato, que envolveu cerca de 5 ou 6 apoiadores na linha de frente, conforme apurado por nossa equipe no local. Além disso, chovia bastante no momento, o que dificultou a continuidade da manifestação pelos apoiadores, que deixaram o local logo após a liberação da via.
Em dado momento, algumas das pessoas que atearam fogo na via, tentaram diálogo com agentes da PRF que negaram veementemente, deixando claro que eles não estariam apoiando o ato, e que estariam lá apenas para manter a pacificação da manifestação. Uma agente da PRF disse querer “manter distância” das pessoas que ali protestavam. (veja no vídeo)
Em conversa informal com um dos agentes da PRF presentes no local, o mesmo informou que o congestionamento foi pequeno comparado à outras intervenções que ocorriam simultaneamente em outras regiões do Brasil. O agente disse ainda que o a extensão do congestionamento ocasionado por esse ato foi de pouco mais de 8km em ambos os sentidos da via.
No local haviam agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Corpo de Bombeiros e funcionários da empresa Ecovias do Araguaia, responsável pela concessão da BR-153.
Caminhoneiros fecham GO-080 em Goianésia
Também na tarde de hoje, caminhoneiros bolsonaristas fecharam a GO-080, no trecho que conecta os municípios de Jaraguá e Goianésia. Na ocasião, houve participação de pouco mais de 25 pessoas segundo apurado pela redação.
Ao contrário do ato de Rialma, a manifestação em Goianésia não teve ateamento de fogo em pneus, e foi pacífica, além de que os manifestantes estavam permitindo a passagem de cargas vivas, idosos e cargas com produtos perecíveis.
Manifestações pelo Brasil
A Polícia Rodoviária Federal informou que adotou providências para o retorno à normalidade desde a noite de domingo (30), quando surgiram as primeiras interdições. A PRF declarou ter acionado a Advocacia Geral da União em todos os estados com pontos de bloqueio. Mas a AGU afirmou que a PRF pode agir sem ordem da Justiça, que existem pareceres jurídicos da instituição que autorizam atuação de ofício das polícias sem demandar autorização judicial.
Por causa dos bloqueios, o Ministério Público Federal deu 24 horas para a PRF explicar as providências adotadas para manutenção do fluxo nas rodovias federais.
O Ministério Público Eleitoral afirmou que os pontos de interrupção acarretam o impedimento ao trânsito de veículos e prejuízos aos cidadãos. Por isso, pediu ao Tribunal Superior Eleitoral providências para a restaurar a normalidade, orientando à Polícia Rodoviária Federal para que garanta, com cautela, o livre trânsito nas rodovias ocupadas.
A Confederação Nacional do Transporte se declarou contra as paralisações.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística afirmou que a ação antidemocrática de alguns segmentos não representa a categoria dos caminhoneiros autônomos e que respeita o resultado soberano das urnas.
A Frente Parlamentar da Agropecuária declarou que as paralisações impactam diretamente os consumidores no possível desabastecimento e em toda a cadeia produtiva rural. E pediu a liberação das rodovias para cargas vivas, ração, ambulâncias e outros produtos de primeira necessidade.
A Ordem dos Advogados do Brasil afirmou que os bloqueios são inaceitáveis porque a Constituição não admite manifestações que ataquem o Estado Democrático de Direito. Que o respeito à soberania popular é primado básico da democracia. Que o direito de ir e vir não pode ser restringido por atos antidemocráticos. E que, no domingo (31), o Brasil viveu uma celebração popular com a participação de mais de 120 milhões de eleitores, e reafirmou ao mundo a força de sua democracia e a pujança de seu sistema eleitoral.
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Nossa equipe segue acompanhando e apurando todas as consequência dos resultados eleitorais na nossa região.