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Violência Urbana atinge Ceres

A prática do justiçamento vem se tornando comum principalmente em graves situações com comoção social e reatividade
Publicado em 5 de abril de 2024
por Kássio Kran

A violência urbana atinge todo tipo de pessoa, num impacto democrático, sem distinguir raça, sexo, credo ou qualquer outro aspecto e com isso a reação das pessoas se torna um fenômeno natural, humanamente falando, gerando insegurança e o descontentamento com a justiça, culpando na maior parte das vezes a Lei, quando na verdade, é o poder que está corrompido, ou talvez seja esse poder que corrompe o homem.

Com isso a prática do justiçamento vem se tornando comum principalmente em graves situações com comoção social e reatividade comunitária, que de forma aleatória, mas imbuído de um sentimento coletivo visceral, faz com que pessoas se juntem com o ideal de resolver a situação e a partir de um julgamento pré-estabelecido, dão um veredito que não é discutido e sem a chance de argumentação, condenam e por vezes executam, em linchamentos público, como gladiadores no Coliseu.

Só que essa prática não se dá apenas assim, mas inclusive entre grupos organizados pré-existentes ou grupos que se reúnem com essa finalidade. Fazer justiça com as próprias mãos não é justiça, mas sim vingança, além de ser crime e contribuir para a retroalimentação da violência, estabelecendo um padrão de repetição em um ciclo que parece não ter fim.

Engana-se quem pensa que esse tipo de acontecimento se dá apenas em grandes centros urbanos. Nas pequenas cidades o medo também já consumiu a alma das pessoas a ponto de elas se atacarem sem certeza de autoria de delitos, portando-se como animais que se guiam pelo instinto e não como homens que deveriam se guiar, mas que menosprezam a consciência.

Leia agora: Cuidado, Ceres

Recentemente em Ceres – Goiás, um homem em situação de rua foi brutalmente agredido por um grupo de 6 homens nas dependências do Terminal Rodoviário de Ceres, suspostamente por causa de um furto de um carrinho de mão, que mais tarde, no processo de apuração da ocorrência, viu-se que a vítima da agressão não era o autor do crime. Logo o desvio de conduta e de comportamento foi daqueles que assumiram o desejo de justiça e por assim ser, assumiram também o risco de matar alguém, mesmo que esse alguém não quisesse representar contra a agora estabelecida, quadrilha, como foi o caso.

A vítima estava na parte inferior do terminal, organizando seu carrinho recentemente adquirido para prestar serviços de limpeza e jardinagem na vizinhança, que só tecem palavras de elogio ao homem agredido, que por escolha própria preferiu as ruas ceresinas do que o seio familiar. Cada um tem seus motivos de ser o que é.

Subiu ao piso superior para ir ao banheiro, quando escutou um carro chegando muito forte, com gritos e sons de pancada. Em menos de 1 minuto depois, deram a volta na repartição, pararam próximo aos banheiros, desembarcaram da caminhonete e começaram a espancar, com socos, chutes, paus e fios. Na primeira cacetada, o estereotipado como criminoso, sofreu um rasgo na cabeça que lhe custou 6 pontos mais tarde quando recebeu atendimento hospitalar.

Em algum momento os agressores, num ato de compaixão e empatia, cessaram a pancadaria, entraram no veículo e felizes com o resultado, saíram saboreando o gosto de sangue. O agredido foi acolhido por vizinhos e populares que chamaram a Polícia Militar e foram os homens de farda que prestaram toda a assistência ao homem ferido, assim como os responsáveis pela Rodoviária.

Houve um furto de um carrinho de mão em um posto de combustíveis da cidade e o pessoal que estava realizando a reforma no estabelecimento resolveu ir atrás do provável ladrão, mas o tido como ladrão, não era o dito ladrão conforme as provas levantadas, mas o sangue já estava derramado e não havia mais o que fazer, senão arcar com as consequências deste ato impulsivo em qualquer nível de inteligência emocional ou mesmo de cristandade.

Mas este não foi o único ato de extremismo violento que Ceres presenciou neste março sombrio. Tivemos ainda um homem que foi preso por maltratar animais, colocando em risco a ordem social na mesma magnitude, assemelhando a uma sociedade que se deixa influenciar pela Lei de Talião, algo incabível nos tempos modernos que não torna ninguém herói, mas sim um transtornado, escancarando diversos vazios psicológicos e dificuldades emocionais.

Leia agora: Homem é preso em Ceres por maltratar animais


Kássio Kran é psicólogo, palestrante e terapeuta,
fundador do Instituto Ubuntu e da Fundação Henrique Gabriel dos Santos
Atualmente é CEO do PASH – Plano Assistencial em Saúde Holística e assessor de cultura em Ceres

Ficha Técnica

Editor Chefe: Luiz Fernando
Supervisão: Rafaela Prado
Redação: Greg

Foto em destaque é do Terminal Rodoviário de Ceres
Créditos: O Agregador/Thátilla Vanessa

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