Indiscutivelmente com uma história incrível, cheia de reviravoltas, surpresas, suspenses e evoluções, como já vimos em matérias veiculadas aqui, Silvio Santos, saiu de um quase nada, um lar cheio de problemas, vícios, dificuldades, não muito diferente da maioria esmagadora de brasileiros, com a diferença que em seu enredo há uma superação e um crescimento exponencial, mas não ao acaso, como dizem popularmente: ele tinha de onde puxar essa característica.
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Silvio, o Senor Abravanel, teve como ancestral nada mais nada menos que Dom Isaac Abravanel, personalidade intelectual no Século XV que ajudou a reconstruir as finanças de Portugal e Espanha com sua visão sobre gestão. Nascido em Lisboa, era filósofo, estadista e financista, emprestava dinheiro como numa espécie de banco, um excelente negociador em troca de créditos, tal qual Silvio. Era especialista em Bíblia Sagrada, apesar de seguir a Torá, o livro sagado dos judeus, assim como o “Dono do Baú”, único remanescente conhecido da religião em sua família.
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A trajetória de seu ilustre antepassado Dom Isaac, falecido em 1508, aos 71 anos, foi cheia de episódios emblemáticos. Dado a importância e a influência do ancestral, conta-se que um de seus últimos feitos foi doar dinheiro para que Colombo organizasse sua expedição rumo a descoberta das Américas, fazendo dele um dos mais notáveis judeus de todos os tempos.
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Estadista, diplomata, homem da corte, financista de renome, erudito enciclopédico, portanto um intelectual, um pensador filosófico e um escritor brilhante. Um tradicionalista com ideias inovadoras. Uma combinação de características altamente desenvolvidas em um único homem que o cacifa em um fenômeno raro para qualquer época, tal qual Silvio Santos, o mais notável e distinto comunicador de todos os tempos.
Por tudo isso, Dom Isaac, o Senhor Abravanel foi considerado pelo historiador Benzion Netanyahu, uma das maiores autoridades no assunto, pai do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, como uma das figuras de mais importância entre os judeus em nível mundial definindo-o como alguém que tinha um pé na Idade Média e outro no Renascimento.
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Quem lê os estudos do referido historiador, até se confunde e acha que a biografia se trata de Silvio Santos. Seu pai lhe colocou o nome de Senor Abravanel, assemelhando a Senhor, justamente porque foi aconselhado a não colocar Dom Abravanel. Silvio por pouco não teve o mesmo nome que seu ancestral famoso e histórico, mas teve o mesmo destino. Será que seu pai sabia que assim seria? Ou será que Senor era o retorno do Senhor Isaac para dar continuidade em sua obra e seguir fazendo história aumentando o legado e o peso do nome da família?
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Kássio Kran é psicólogo, palestrante e terapeuta,
fundador do Instituto Ubuntu e da Fundação Henrique Gabriel dos Santos.
Atualmente é CEO do PASH – Plano Assistencial em Saúde Holística