Em setembro de 2022, exatamente há 2 anos atrás, este portal de conteúdos publicou uma das matérias de maior repercussão deste site, a entrevista com o influencer Wilker Leão. A equipe do OAgregador (OA) esteve em Brasília – DF durante a comemoração do Bicentenário da Independência do Brasil, gravando um documentário na Esplanada dos Ministérios época em que o presidente da República ainda era Jair Messias Bolsonaro e manifestações a favor dele aconteciam de maneira simultânea.
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O youtuber participou do evento enquanto fazia uma live em seu canal no YouTube, que teve mais de 7 horas de duração e mais de 100 mil acessos, onde questionava os manifestantes presentes a favor do então presidente, a respeito de vários escândalos ocorridos durante seus quase 4 anos de gestão. Este tipo de conteúdo não era novidade no canal do influencer, que já exercia essa atividade meses antes, só que no famoso “cercadinho” no Palácio da Alvorada principalmente ou em outros lugares onde houvesse uma concentração de bolsonaristas.
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Foi num típico dia de trabalho de Wilker entrevistando apoiadores de Bolsonaro que um fato atípico aconteceu. Ao questionar o presidente e não ter resposta e nem abertura para a construção de um diálogo, Leão soltou o termo que o deixaria famoso, chamando a autoridade máxima do país naquele momento de “Tchutchuca do Centrão” e foi imediatamente perseguido pelo próprio Jair bem como pelo pessoal que cuidava de sua segurança, tentando sem sucesso lhe tomar o celular.
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Pronto! Ali, o jovem que se considera de direita passou a ser visto pelos defensores da direita como inimigo. A partir disso passou a ser comum ver pessoas alinhadas idelogicamente com a esquerda assistindo seus vídeos diários, compartilhando e comentando os conteúdos, com diálogos muitas vezes acalorados, mas sempre muito argumentativos e com controle emocional, ao menos da parte de Wilker, que apesar de agredido, até fisicamente em alguns episódios, mantinha a conduta, a cordialidade e o humor. Em sua entrevista ao OA, ele mesmo considera seu trabalho como uma forma de levar conhecimento, consciência política e também entretenimento.
Havendo a transição de presidentes após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, Wilker passou a entrevistar cada vez com menos frequência pessoas de direita e cada vez com mais frequência, pessoas alinhadas com a ideologia política de esquerda, como era de se esperar, mostrando, dentro de sua visão, incoerências entre o discurso e prática, em lugares de Brasília em que havia concentração de apoiadores e pronto, aqui Wilker se tornava defensor do MBL (Movimento Brasil Livre) e inimigo da esquerda.
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Este comportamento de Wilker, em que oportunamente entrevista pessoas de um lado e de outro, indica que o youtuber não defende nenhum extremo político específico e mesmo que na visão de muitos não busca manter-se imparcial, é fiel á aquilo que acredita e propõe um debate sem imposições, mas sendo argumentativo e persuasivo, interpretado em muitas ocasiões como afrontoso.
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Recentemente Wilker Leão se envolveu em uma nova polêmica após se matricular e começar a frequentar aulas do curso de História da UnB (Universidade de Brasília). Inicialmente o influenciador digital gravava seu rosto enquanto assistia as aulas e como sempre argumentava seus pontos de vista com fundamentos de outros pensadores que divergiam de alguns professores.
Tudo seguia um fluxo normal dentro do cotidiano de postagens de Wilker até que uma das professoras se incomodou com o posicionamento do aluno famoso, levando a docente a registrar um boletim de ocorrência em que afirma ser vítima de difamação por parte do youtuber após publicação de vídeos em que os dois debatiam dentro da sala de aula. A professora dizia ser defensora da Psicologia Marxista, enquanto o aluno afirmava que não aceitar outro ponto de vista, além de empobrecer o debate, também denotava autoritarismo e doutrinação política.
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Pronto! Aqui Wilker Leão se tornava inimigo da universidade e começava uma confusão com a participação de outros alunos que se sentiram ofendidos com as gravações e tomaram partido da professora que conforme o portal Metrópoles decidiu suspender as aulas alegando questões de segurança, já que passou a ser ameaçada por apoiadores de Leão nas redes sociais, mesmo ele dizendo que não aprova nenhum tipo de violência, porém, quando um conflito cresce a esse nível, fica muito difícil controlar o que está ao redor, ainda mais quando se tem quase 700 mil seguidores na plataforma Youtube e desta forma o próprio influencer começou a divulgar ameaças que também estaria recebendo.
Desta forma as ofensas foram evoluindo para ataques virtuais, mas também no campo institucional, aparentemente não houve tentativa de tratativa dialógica para mediação do ocorrido, uma vez que órgãos universitários dentro da universidade começaram a emitir notas de repúdio ao aluno, terminando numa assembleia que decidiu expulsar Wilker dos espaços e atividades promovidas pela entidade estudantil e encaminhou conjuntamente ao Instituto de Ciências Humanas da universidade, um pedido de abertura de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) à Reitoria. A UnB informou ao Metrópoles que tomou conhecimento do caso e está apurando os fatos internamente.
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Apesar de encaminhar o caso a instituição maior, o Centro Acadêmico não abriu espaço para participação de Wilker Leão na referida assembleia, o que causou indignação do influenciador e seus seguidores que estavam presentes no local público filmando sua participação que posteriormente foi postada em seu canal do YouTube, alcançando já no primeiro dia mais de 200 mil visualizações. O conteúdo foi excluído após denúncia na própria plataforma.
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Em nova matéria publicada pelo Metrópoles é anunciado que Wilker vazou dados de mais de 10 alunos e alunas, incitando dessa forma discursos de ódio contra eles e afirma ainda que alguns deles abriram boletim de ocorrência junto a Polícia Civil do DF que deverá investigar o caso. Vazar dados é claramente uma violação de direitos, porém, não identificamos nas postagens de Wilker nenhum vazamento do tipo, uma vez que sempre reteve informações pessoais em seus posts, fosse através de borrões ou outro método.
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Wilker Leão
Nascido em Redenção no estado do Pará, foi morar em Brasília – DF, aos 9 anos de idade. Wilker se identifica com a cidade que mora e hoje com 30 anos é cristão, casado e advogado, mas seu principal trabalho é na internet, onde ocupa a função de youtuber ou de digital influencer.
Serviu o Exército Brasileiro por 8 anos, tendo saído, em fevereiro de 2022. Wilker se considera um armamentista e pró-militarismo. Com espírito ativista, sempre teve como bandeira, o fim do fanatismo e do extremismo político através de mais conscientização e a defesa dos direitos dos militares, assunto esse que levou-o a tentar falar com o ex-presidente.
Aquela não foi a primeira vez que Wilker se envolveu em polêmica com Jair Bolsonaro. Em uma oportunidade anterior indagou o presidente da República, sobre melhorias para soldados do Exército Brasileiro e isso gerou incômodo no então chefe da Nação, que anunciou o término da entrevista e ameaçou parar de conversar com apoiadores naquele recinto do cercadinho do Alvorada.
Wilker, foi hostilizado pelos bolsonaristas e retirado por seguranças. Dali em diante, iniciou sua primeira série de vídeos, em que questiona os apoiadores sobre assuntos da política nacional e situações que atingiam diretamente Jair Bolsonaro, como seu envolvimento com o centrão, o orçamento secreto, os sigilos de 100 anos, os imóveis adquiridos com dinheiro vivo, a limitação da lei de delação premiada e o escândalo do MEC envolvendo o pastor presbiteriano Milton Ribeiro.
Tchutchuca do Centrão
No dia 18 de Agosto de 2022, enquanto gravava mais uma vez ao questionar o presidente da época sobre limitação imposta na lei de delação premiada, Wilker foi puxado por um dos apoiadores de Bolsonaro e chegou até a ser derrubado. Na sequência o youtuber começou a questionar a respeito da violência ali sofrida. Neste momento foi cercado por seguranças do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que cuidam da segurança do presidente que tentaram sem sucesso retirá-lo do local.
Indignado com a violência sofrida e pelo silêncio de Bolsonaro, após diversos outros questionamentos, Wilker soltou o termo que ficou popular no mundo inteiro, que inclusive foi destaque internacional publicado no The New York Times.
Após chamar o presidente de “Tchutchuca do Centrão”, Bolsonaro entra no carro oficial por cerca 15 segundos e em seguida volta chamando o youtuber para conversar. Neste momento se deu a cena que viralizou na internet, onde o presidente tenta arrancar a força o celular da mão de Wilker, logo antes dos funcionários do GSI o abordarem, novamente jogando-o ao chão.
A representatividade de OAgregador
Apesar de ter sido procurado na época por diversos canais de mídia e jornais de nível nacional, Wilker Leão concedeu entrevista apenas ao OAgregador. Esta exclusividade prova a representatividade e a imparcialidade do nosso trabalho.
Assista a Entrevista com Wilker Leão
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