A sessão de constelação familiar começa com um pedido de uma pessoa que está enfrentando alguma questão ou problema e busca uma pessoa capacitada para realizar o trabalho. Quando a constelação é em grupo, a pessoa escolhe representantes para desempenhar papéis, como em um teatro, das pessoas ou situações que precisa trabalhar.
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Por exemplo, se a questão envolve um problema com a mãe, ela pede para uma pessoa representá-la e outra para representar a mãe. Se tem dores crônicas, escolhe alguém para representar o sintoma. Durante esse processo, trazendo representações, a pessoa começa a entender melhor o que acontece em sua vida.
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Cada representante sente, dentro do campo de constelações, as sensações e emoções necessárias para trabalhar a questão. Esse processo utiliza técnicas, frases específicas, músicas e outros recursos, liberando as questões da pessoa, que pode observar de fora ou participar diretamente. Ela tem constatações sobre seus processos e traz do inconsciente para o consciente aspectos desconhecidos de sua vida.
É o que explica Maria Angélica, terapeuta desde 1982 e facilitadora de constelações sistêmicas. “A constelação busca trazer à consciência aquilo que se desconhece, muitas vezes relacionado à família e ancestrais, mostrando como situações do passado que não foram resolvidas podem se repetir no presente”, destaca a especialista.
Segundo seu relato, muitas coisas são reveladas, mas algumas não, porque aquilo que ainda não se pode suportar não vem ao consciente. “Muitos bloqueios, doenças e problemas que a gente tem são coisas que a gente pode estar carregando dos nossos ancestrais”, explica Maria Angélica.
A psicóloga, que utiliza a técnica em seu atendimento clínico, explica que pessoas com problemas de saúde mental têm uma necessidade de se aprofundar nas questões que estão provocando os problemas. “Por exemplo, a depressão tem a ver com um vazio muito doloroso, uma dor que gerou um vazio, provavelmente tem a ver com um trauma. Além de tomar remédio, ela precisa entender com profundidade o que gerou a depressão dela”, destaca.
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Foi exatamente o que aconteceu com Mariana (nome fictício), que participou de uma sessão, mas optou por não se identificar. No início, ela conta ao Jornal Opção, que a consteladora questionou o que tinha levado a jovem até ela. “Você sente dificuldade no seu campo financeiro ou profissional? Se você puder resumir em pouquíssimas palavras para eu entender melhor”, iniciou a profissional, que atuava em sessões e ministrava cursos na área.
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“Uma depressão que carrego há 10 anos”, respondeu Mariana. No mesmo momento, quem conduzia a sessão pausou e disse que a cliente não precisava falar mais nada. A jovem conta que o final do atendimento se resumiu em identificar o trauma que, ao longo de sua história, a levou a desenvolver aquele sentimento.
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“Tem casos que são muito complexos e muitas vezes dependendo de como a pessoa está a gente não faz uma constelação”, frisa Maria Angélica. Apesar de utilizar a prática em seus atendimentos, ela não recomenda para todos os casos. “A gente não deve provocar algo que possa desequilibrar as pessoas”. conclui.
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Jornal Opção