O Chile tem uma tradição política muito forte pela repercussão do Golpe Militar onde dois personagens dividem o país, Trata-se do presidente derrocado, médico e socialista Salvador Allende e o ditador golpista Augusto Pinochet. Pouco se conhece sobre o Cinema Chileno, porém sobressaem nomes como Raúl Ruiz, Miguel Littin, Helvio Soto, Alejandro Jodorowsky, Aldo França e Patricio Guzmán. Em 2012, realizamos duas mostras de cinema chileno no Cine Goiânia Ouro, com o apoio do gestor Antonio da Mata, apresentamos filmes que representam bem a cinematografia chilena, incluindo diretores como Jodorowsky, Caiosi, Justiniano, Guzman, Ricardo Larraín e outros, mostrando uma panorâmica da cinematografia chilena até 2000.
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Em 2015, em parceria do Cineclube Imigração, o Cine Cultura e a Embaixada do Chile realizaram uma “Mostra de Cineastas Jovens Chilenos” que permitiu apresentar ao público Goianiense o Novíssimo Cinema Chileno. Tivemos oportunidade de conhecer realizadores como Dominga Sarmiento, José Manuel Ché Sandoval, Elisa Eliash, Edison Cajas e corto-metragistas como Maria José San Martín, Camila Luna, Cristóbal Sobera, Nestor Pérez, Álvaro Rozas e Tomás Montalva.
Nos últimos anos, alguns realizadores se destacam, entre eles Andrés Wood, um dos cineastas mais importantes do retorno ao sistema democrático para compreender e retomar personagens e momentos históricos do Chile. Em 2011 o filme “Violeta se foi ao Céu” trouxe-nos a memória, a vida caótica da cantante, folclorista e política Violeta Parra, que deixou uma homenagem a vida, “Gracias a la vida” que em Goiânia tive a oportunidade de ouvi-la nas vozes de Marilia Mendonça e Camila Faustino. Outro filme é “Machuca” (2004), acho que todos meus alunos tanto de São José do Rio Preto como em Goiânia assistiram. Outro filme de Wood é “Histórias de futebol” (1997) que nos aproxima da paixão de multidões, o futebol e foi um dos filmes que inauguraram o Cineclube Imigração na Vila Cultural Cora Coralina em 2014.
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Outro diretor que nos últimos anos marcou a cinematografia chilena é o vencedor do Oscar por “Uma mulher fantástica” (2017), junto a Sebastián Lelio. Filmes deste realizador que tem uma produção nos Estados Unidos e uma marcada revisão da história recente do Chile. Filho de um Ex-Senador da direita e com temas interessantes para a esquerda Chilena. “Tony Maneiro” (2008) a juventude no período da ditadura, o “Club” (2015) sobre os escândalos de pedofilia na Igreja Católica, “Neruda” (2016) e “NO” (2012) sobre a experiência do plebiscito que tirou Pinochet do Poder em 1988. Está na programação da Netflix o último filme de Larrain. Trata-se de “O Conde” (2023) uma sátira que personifica a Pinochet como um vampiro que está pronto para morrer, mais que como na vida real, nos atormenta mesmo após a sua partida.
O cinema chileno não é desconhecido do público goianiense, para minha surpresa uma aluna de 17 anos lançou seu cineclube, o Cabelo Duro de Aparecida de Goiânia, exibindo a “Montanha Sagrada” de Alejandro Jodorowsky. Sendo assim, conheça o Cinema chileno e perceba como esses dois países, Brasil e Chile, têm muita coisa em comum.
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Francisco Lillo é professor e cineclubista.
Chileno de nascimento e goiano de coração.
Coordenador da União de Cineclubes de Goiânia,
coordenador do Cineclube Imigração, cineclube dedicado ao cinema latino-americano e a educação.
Fundador do Une Chile Goiás, uma associação dedicada à integração da comunidade chilena em Goiás
