O caso começa quando Caetano Veloso e sua esposa Paula Lavigne, que também é sua empresária, demitem uma de suas empregadas domésticas, que trabalhava com eles desde 2002, por justa causa, acusada de furto e de uso indevido de um dos imóveis do casal, além de usar um automóvel da empresa deles com finalidade particular.
A ex-funcionária que trabalhou para o casal por 22 anos é acusada de furtar bebidas, dólares e euros, num total de 200 mil reais, mas a defesa da antiga empregada, nega e exige 2,6 milhões de reais de indenização trabalhista, considerando o salário que recebia sem o devido registro, além de adicional noturno, acúmulo de funções e horas extras, alegando ainda que a mulher é vítima da patroa tendo sido submetida a um padrão sistemático de abusos psicológicos e morais, com constrangimentos e coações ao longo dos anos em que conviveu ali, até maio de 2024, quando o caso aconteceu e foi revelado.
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Os advogados alegam que três dias antes de ser demitida, a ex-empregada teve seu celular confiscado por Paula e não foi devolvido, sob a alegação de ser um telefone funcional. O salário pago a governanta era de 4.800 reais mensais, mas desse montante apenas 2.800 reais eram registrados em carteira. As aquisições de imóveis e outros bens por parte da demitida teriam chamado a atenção por não serem condizentes com seus ganhos
Apontada como acusada de furto de dinheiro, em alguns canais de notícias, a mulher, chamada Edna, de 52 anos entregou para a empresária seus extratos bancários dos últimos sete anos com o objetivo de demonstrar que todo o dinheiro que ela possuía era oriundo do trabalho, mas conforme seu relato não foi o suficiente para por fim nas perseguições e assédios, chegando ao extremo de cárcere privado e ameaças, resultando em um ambiente de trabalho hostil. Edna relata que teve informações íntimas como sua sexualidade expostos aos funcionários, pela ex-patroa como forma de ridicularização.
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Mesmo com o caso sem grande repercussão na mídia, vale afirmar que a empregada já esteve em rede nacional por ocasião em um programa da Angélica em 2023 pela TV Globo. O momento foi constrangedor. A apresentadora pediu para que as convidadas, entre elas, a cantora Ivete Sangalo, ligassem por telefone para alguém que elas admirassem e lhe fizessem essa declaração. Acontece que Edna, foi a única que ao atender a ligação reagiu com estranheza, numa interação sem emoções.
Enquanto teve vínculos empregatícios, Edna tinha o direito de morar em um apartamento do casal de patrões que dividia com 2 filhos, mas foi despejada após a demissão, com prazo de 30 dias para deixar o imóvel. Acontece que dentro desse prazo, a esposa de Caetano teria enviado uma profissional da arquitetura para avaliar o local e por isso a defesa da moradora entrou com outra ação solicitando o cancelamento do prazo que foi acatado pela Justiça que ainda proibiu a dona de adentrar a sua propriedade ou realizar diligências no espaço.
A defesa de Paula e por conseguinte de Caetano insistem na tese de que a justa causa foi merecida e comprovada, contando ainda com a confissão de Edna. Afirmam ainda que ela não foi acusada de furto financeiro, sendo isso um equívoco de uma mídia tendenciosa que visa vitimizar a ex-funcionária , apoiando-se em sua origem social para isso, negando também qualquer abuso ao longo dos anos, argumentando que a longínqua relação prova isso, também com outros trabalhadores.
O casal Veloso contratou uma investigação paralela, realizada legalmente por um escritório de advocacia ligado a eles em um mecanismo conhecido como “investigação defensiva”, mas diversas contradições foram apontadas por portais que noticiaram a ocorrência. O caso é oficialmente acompanhado pela 14ª e pela 15ª Delegacias de Polícia Civil do Rio de Janeiro e segue sob sigilo.
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