O Rio Araguaia é o destino de muitos durante a temporada de férias que frequentam as cidades a beira d’água sempre na divisa entre estados, algumas delas sem muita estrutura inclusive, como é o caso de Cocalinho, no Mato Grosso que faz divisa com o município de Aruanã em Goiás que ficam a cerca de 100km de distância uma da outra. A mesma distância que percorre também quem sai de Nova Crixás (GO).
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Em todo caso os viajantes pegam a GO-454 e nela há 12km de estrada de terra, que além de perigosa, com elevado índice de acidentes fica quase intransitável durante o período chuvoso, com registros de caminhoneiros de até 3 horas de viagem nesse trecho tão curto e de outros que sequer conseguem vencer esse desafio.
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E ao encerrar o trecho se deparam com uma praça de pedágio que cobra em média 10 reais por veículo que passa na ida e na volta e considerando o elevado fluxo de veículos que por ali trafegam, chegando a 900 em único dia, levanta o seguinte questionamento: para onde vai o dinheiro da tarifa, se não há nenhuma melhoria na estrada?
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Acontece que há um equivoco por parte de muitos usuários que utilizam a rodovia na divisa entre MT e GO sobre a cobrança desse “pedágio”, uma vez que ele é fruto de uma Parceria Público-Privada (PPP), para a construção da monumental ponte que une os dois estados do Centro Oeste e teve custo total de R$ 54 milhões, dos quais 60% foram recursos do Governo de Goiás e 40% do Consórcio Caminhos do Sol, que é quem recebe os valores.
Ou seja, é meio que uma taxa de entrada/saída e não um pedágio. É uma tarifa pelo uso da ponte. Tarifa esta que foi reduzida pela metade considerando que a travessia era feita por balsa, ao custo de 20 reais por veículo e com tempo médio de 1 hora. Com a ponte, o tempo de travessia passou a ser de 1 minuto com autonomia e um preço médio de 10 reais. Portanto a cobrança de pedágio é pela travessia da ponte, e não pela utilização das estradas.
Localizada a 404 km de Goiânia e a 960km de Cuiabá, a tal Ponte do Cocalinho tem 577 metros de comprimento com vão livre de 130 metros e foi inaugurada ainda no governo de Marconi Perillo. A rota encurta em até 480 quilômetros a viagem para quem vai ou vem do Tocantins, beneficiando mais de 200 mil habitantes de 36 municípios dos estados do Norte e do Centro Oeste principalmente escoando uma produção de grãos de mais de 7 milhões de toneladas.
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Joaquim Alcides é um filho de Ceres, seus pais foram pioneiros,
atualmente reside no estado do Mato Grosso,
é professor e Doutor em Sociologia e colaborador deste portal