Cobertura das Eleições Municipais 2024
Já pararam para pensar em como as eleições se assemelham a uma festa? Não no sentido figurativo de “festa da democracia”, como a propaganda oficial do TSE sugere, mas literalmente. Nas cidades, especialmente nas do interior, esse período traz uma agitação, com eventos diários que não só oferecem entretenimento à população, mas também proporcionam uma renda extra para muitas famílias. É uma verdadeira competição para ver quem faz mais barulho, quem tem mais carros e motos adesivados, quem leva mais pessoas para caminhadas e carreatas.
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Os gastos de campanha chegam a ser desproporcionais, com alguns candidatos investindo mais dinheiro do que receberiam de salário em um eventual mandato. Fato é que as eleições envolvem muito mais interesses do que só o salário a ser recebido pelos eleitos, alguns desses interesses inconfessáveis a luz do dia. A realidade é que essa “festa da democracia” tem muito de festa e pouco de democracia.
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Embora a participação popular aparente ser intensa durante a campanha, o mesmo não acontece ao longo do mandato. O eleitor que é convocado a ajudar no período eleitoral não é convidado a contribuir na gestão, sendo raros os casos de mandatos participativos. O poder, muitas vezes, isola os governantes, seja pelo medo de perdê-lo ou pela sensação de superioridade que ele traz. E é justamente a parte da democracia que fica de fora dessa festa.
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Não há um debate sério sobre os problemas reais das cidade, e muitos candidatos evitam debates. Em vez disso, o que se vê é um jogo de empurra-empurra entre quem está e quem já esteve no poder, como se o foco fosse descobrir quem deixou a cidade em pior estado.
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A verdade é que os problemas permanecem os mesmos há décadas. Cuidar do asfalto e embelezar a cidade é dever de toda prefeitura, pois pagamos impostos para isso. No entanto, são iniciativas com mais profundidade que trazem um impacto duradouro à economia local, atraindo novos moradores e movimentando o comércio.
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A festa da democracia continua, mas em poucos dias passará, e sua “ressaca” deixará para trás os problemas não resolvidos da cidade. A esperança é que, além dos eleitos em 6 de outubro, haja sabedoria suficiente para envolver toda a população na busca por soluções. Quando se deixa o ego de lado, é possível construir muito em prol do bem comum.
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Mas, como o sábio Rei Salomão bem asseverou no Eclesiastes “Vaidade de vaidades! Tudo é Vaidade. Que vantagem tem o homem de todo o seu trabalho, que ele faz debaixo do sol? Uma geração vai, a outra geração vem, mas a terra para sempre permanecerá”.
Said é descendente de árabes, mais um ceresino
com boa visão política e um colaborador do portal O Agregador