Vi uma entrevista do Professor Cleiton na VGS TV. É a primeira vez que vejo uma fala dele. Tudo que sei dele, até então, está baseado na sua reputação, que o precede. Gostei do que ouvi!
Apesar dele ter se apresentado na telinha de forma tímida, cabeça baixa o tempo todo e sem dialogar olhando diretamente para a câmera, é indiscutível que ele tem uma boa retórica e um conhecimento apurado da gestão pública e da conjuntura municipal, pois passeou com muita sabedoria por temas caros da vida do cidadão ceresino.
Algumas características me chamaram a atenção:
(1) sem dúvida é um intelectual de retórica refinada, alheio a frases de efeito ou lacração;
(2) em certo grau, demonstrou um perfil de isentão, deixando a entender que não pretende entrar em bola dividida. Talvez isso explique o fato dele não ter citado em nenhum momento a sigla que ele pretende filiar ou que já está filiado e o entrevistador – que fala mais do que o entrevistado – nem lembrou de perguntar.
Apesar dele ter dito que sua filiação tem como premissa a afinidade ideológica, não me pareceu que seu perfil é de uma liderança orgânica que pauta sua iniciativa política com base nos princípios ideológicos de alguma agremiação. O que percebi foi uma pessoa muito perspicaz com as palavras, até um certo ponto pragmático, muito racional ao tratar de temas genéricos e ponderado em questões que envolve justamente a ideologia.
O único sobressalto com relação a essa observação, foi o momento que ele interrompeu o entrevistador e fez questão de diferenciar saúde pública da saúde privada, algo que tem sido bastante confundido nas últimas gestões, em especial, na atual administração que utiliza as políticas públicas para – direta e indiretamente – promover a iniciativa privada a reboque das ações da Gestão Pública.
Leia agora: Saúde de Ceres e a política
Esse ponto aí, talvez o único observado na entrevista, foi uma sinalização clara de sua posição ideológica de viés progressista em detrimento do ideário liberal. Mas foi só.
Mas a curiosidade que não me dá sossego é sobre qual será o partido que ele poderá embarcar?
PT? PSB? PSD? MDB? PSDB?
Leia agora: Posse do novo diretor do IF Campus Ceres tem participação de Rubens Otoni
Na minha mocidade quando o cara ficava com uma menina feia ele não dizia para ninguém que estava ficando com ela. Enquanto a moça bonita, fazia questão de dizer que era sua namorada, mesmo não sendo.
Conto essa história para fazer uma analogia ao fato do pré-candidato ter preferido esconder sua futura legenda, pois a depender do partido, essa iniciativa é um balde de água fria na motivação da moçada que o espera, pois desprestigia o futuro partido que será quem o defenderá dos ataques que o candidato sofrerá no futuro. E haja ataque, pois, será preciso nervos de aço para superar todos os obstáculos da corrida eleitoral.
Mas, sem entrar no mérito, é importante saber que tanto na analogia do namoro, quanto na política, a não revelação do pretendente, guarda nuances, condições, circunstâncias e desafios que só os bastidores conhecem. Portanto, apesar de achar tarde para isso, não vou entrar no mérito.
Para um candidato que não conhecia, confesso que gostei do que vi e ouvi. Cara lúcido, ponderado, tem doutorado (de verdade) e não demonstrou nem um pingo de pedantismo ou arrogância intelectual, muito pelo contrário, o tempo todo revestido de uma humildade e simplicidade sem igual.
Pode até não ganhar, mas com certeza merece o voto de muita gente.
Leia agora: Conheça o Centro de Equoterapia de Ceres
Ceresino é jornalista e historiador popular, apaixonado por Ceres
e um colaborador do portal O Agregador