O prefeito está imprimindo um ritmo acelerado e caro à campanha. Se fosse uma corrida, diríamos que ele está agindo como coelho, querendo marcar o ritmo da maratona eleitoral e com isso tentar desgastar os concorrentes para acompanhá-lo nesse frenesi de caminhadas e eventos recheadas com claques bem remuneradas. Até agora, pelo que parece, ninguém mordeu a isca, visto que os demais candidatos estão com um ritmo mais cadenciado.
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Competir medindo força pelo dinheiro é tudo que o prefeito quer. Se querem ganhar dele, tem que tirá-lo de sua zona de conforto e se há um lugar que ele tem desconforto é com espaços onde há críticas a sua gestão ou ambiente onde ele tem que lidar com pessoas que possam confrontá-lo, pois ele nunca foi de bater de frente com alguém, sempre contornou e tentou resolver pelos bastidores.
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Portanto, uma boa ideia é criar situações que exijam dele respostas aos problemas da cidade. O que ele não pode é ficar falando sozinho como se a cidade estivesse a mil maravilhas. As publicações e entrevistas dele, ninguém critica, ninguém cobra, daí fica fácil vender essa ilusão de cidade surreal. É preciso criar um ambiente de confronto, como toda boa política.
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Uma sugestão seria fazer sabatinas com os candidatos. OAB, Igrejas, Sindicatos, Faculdades, Associações ou alguma instituição ou coletivo, poderia convidar todos os candidatos para uma sabatina e confrontar os candidatos com a realidade nua e crua da cidade. Quem tem mais a perder é o prefeito e ele vai viver um dilema entre ir ou não ir à sabatina. De toda forma a oposição terá armas para desgastá-lo, seja pelo que ele falar ou, pior, pelo que não falar.
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Outra sugestão é o debate. Quer ver ele arregar, basta organizar um debate. Em 2008, foi organizado um debate na Câmara de Vereadores e ele se melou todo de medo. Não foi ao debate e a repercussão foi extremamente negativa, isso sem falar na narrativa que se cria em torno da realidade das ruas que precisa ser destacada em confronto com a realidade artificial que ele está vendendo nas redes sociais.
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O que não pode continuar é ele impondo o ritmo da campanha, comandando a agenda eleitoral. Ou a oposição faz uma intervenção na agenda eleitoral e passa a pautar debate, sabatina e entrevistas apimentadas, para criar oportunidades de confrontá-lo e responsabilizá-lo pelos problemas da cidade, ou ele continuará navegando à vontade.
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Reiller
Está parecendo aquela música do Caetano, não é recôncavo e nem pode ser reconvexo, ou seja, não é oposição e nem aliado do prefeito, parece que é um candidato fazendo turismo na campanha eleitoral. Souvenir eleitoral! Só perfumaria! Temas como saúde, educação, fome, habitação, passam longe da campanha dele. Assim como o prefeito, ele apresenta uma falsa ideia de que Ceres é uma Disneylândia. Será que esse comportamento isentão de ficar em cima do muro não está sinalizando que ele pode desistir a qualquer momento e cair nos braços de algum concorrente?
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Rafaell
Parece que ele não encontrou o rumo sobre qual narrativa adotar. Qual o tom deve assumir? Mais agressivo ou paz-e-amor? Ou vai fazer o papel de bate e assopra, ora partindo para cima e ora dando uma de bom mocinho? Como ele é um cara muito ansioso, deve estar sofrendo com essa oscilação de sua equipe ou de quem está comandando, mas, normal não é, esse ânimo titubeante das andorinhas até o momento é no mínimo estranho. Ou estão parecendo aqueles carros antigos, à álcool, que demora a pegar?! À conferir.
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Cleiton
Estou gostando do rumo que a campanha está tomando, assertivo nas críticas e propositivo na apresentação de propostas. Estou cada vez mais convencido de que Cleiton é o melhor candidato. Um detalhe que precisa ser levado em consideração é que em todas as eleições, desde a década de 80, há mais de 3 mil eleitores que se abstém, anularam ou votaram em branco. É um número expressivo de eleitores que precisam ser alcançados por Cleiton ou Reiller, já que esses eleitores rifaram Edmário e Rafaell.
Ceresino é jornalista e historiador popular, apaixonado por Ceres
e um colaborador do portal O Agregador