Estado de Goiás, 18 de dezembro de 2025 – Zezé di Camargo soltou o verbo em um vídeo, gravado numa madrugada abrindo sua opinião sobre a condução dos trabalhos no Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), como você que me lê, deve estar sabendo. Na ocasião delicada, visivelmente mexido, com a saúde mental questionada por alguns, desabafou o que sentia sobre a presença do presidente Lula e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, conhecido por aí como Xandão, durante a solenidade de lançamento do canal exclusivo de notícias da emissora, uma marco importante do jornalismo nacional, diga-se de passagem.
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O filho de Francisco discordou da presença destas autoridades apontando suposta tendência política mais alinhada a esquerda, acusando por isso as diretoras da emissora, que são as filhas do finado Silvio Santos de “prostituição”, inferindo que o maior apresentador de todos os tempos, não teria esse tipo de atitude. Na situação constrangedora ainda sugeriu a retirada da programação de seu especial de fim de ano já gravado, a lá Roberto Carlos na Globo.
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Acontece que autoridades de esquerda e direita foram convidadas e tiveram espaço no evento, inclusive o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas e o prefeito de sua capital, Ricardo Nunes. A jornalista Debora Evelyn, alertou o cantor em um comentário na postagem oficial, sobre a participação de políticos de diversas ideologias, supondo que o sertanejo tenha visto apenas cortes específicos, induzindo-o a acreditar que o evento tivesse um alinhamento á esquerda.
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Silvio Santos sempre teve participação na política nacional. Seus programas sempre receberam personalidades políticas sem fazer alusão de apoio a nenhuma ideologia, mantendo sempre a neutralidade e foi isso que suas filhas procuraram repetir. Ratinho, o apresentador que é pai do governador do Paraná, notavelmente de direita, parabenizou a diretoria do SBT pela atitude pacificadora, que ameniza a polarização e classificou a ação de Zezé como ignorância e fanatismo político.
Silvio Santos era tão envolvido com a política que em 1989, na primeira eleição após os governos militares, lançou sua candidatura a presidência da República, como divulgado aqui. Liderava as pesquisas contra Lula, de esquerda e Collor, de direita, por um partido de centro, hoje extinto e devido a algumas inconsistências, acabou não concretizando o projeto.
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A web como sempre, não poupou comentários sobre a questão. Um amigo internauta, como o homem do baú costumava falar, escreveu que “Zezé é bom, mas Mirosmar nem tanto”, se referindo ao nome de batismo do artista. Outro usuário disse pelo Instagram que “ninguém gostaria de assistir um show de dublagem”, fazendo referência sobre a inconstância da voz do cantor que enfrenta problemas nas cordas vocais há anos.
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O primeira voz da antiga dupla com Luciano, foi hostilizado também com relação a cobrança de moral. Uma mulher nas redes sociais disse que ele por ter traído tantas vezes a ex esposa e depois da fama ter abandonado-a, não teria credibilidade em fazer um discurso sobre manutenção de costumes familiares, ao afirmar que as filhas de Silvio não honram o pai. Mas também houve quem o defendesse.
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Um cantor conterrâneo chamado Durosh, sugeriu que o goiano devolvesse dinheiro ganho em shows públicos, se posicionando contra a hipocrisia em criticar autoridades mas por outro lado receber cachês de verbas por elas geridas. Falando em recursos públicos, Zezé di Camargo recebeu em 2025 a incrível bagatela de 20 milhões de Reais.
A repercussão atingiu o cofre do cantor. Ele participaria de um festival em São José do Egito, no sertão pernambucano, como atração principal, mas foi cortado do evento, público, inclusive, num estado que sempre vota mais alinhado a esquerda. Os munícipes aplaudiram a atitude da prefeitura e o Instagram oficial da cidade recebeu uma chuva de seguidores e comentários repentinos, com pessoas dizendo que vão conhecer o município.
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O especial de fim de ano, intitulado “É Amor” foi cancelado, mesmo após pedido de desculpas do cantor e ele recebeu o título oficial de persona non grata e não terá mais espaço em nenhuma atração da emissora, conforme recomendação de Patrícia Abravanel, que representa a face da emissora e suas irmãs, além de sua mãe, Dona Iris. No lugar do especial, que iria ao ar, ontem dia 17 de dezembro, o SBT exibiu seu coringa, Chaves e trouxe também um episódio especial, que aborda a temática do Natal e nunca havia sido exibido em TV aberta.
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Até Flávio Bolsonaro, pré-candidato a presidência, obviamente pela direita brasileira, criticou o cantor dizendo que a atitude foi exagero e que diferenças não se resolve com porradaria. Sensato o filho de Jair. Enfim, Zezé perdeu para o Chaves e quem ganhou foram os fãs do seriado que há tempos não era transmitido. Zezé trouxe o Chaves de volta e tornou uma cidadezinha do Pernambuco, conhecida e atrativa. Cidade esta que é governada pelo Republicanos, partido alinhado a ideologia de direita. Parabéns Zezé, merece aplausos, antes que se fechem as cortinas do palco.
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Joaquim Alcides é um filho de Ceres, seus pais foram pioneiros,
atualmente reside no estado do Mato Grosso,
é professor e Doutor em Sociologia e colaborador deste portal
