Segundo este artigo publicado pelo Hospital Israelita Albert Einstein, com revisão técnica do Dr. Alfredo Maluf, psiquiatra: “A ansiedade é um sentimento natural e está relacionada, por exemplo, com um prazo apertado ou uma tarefa urgente no trabalho.”.
É muito interessante o que diz o post sobre como, supostamente teria surgido o transtorno: “…o homem se preocupava apenas com o animal (objeto) que poderia matá-lo.
Agora, ele se preocupa com os locais em que pode encontrá-lo.”.
Não sei ao certo quando a ansiedade me afligiu pela primeira vez, mas hoje, olhando para trás, consigo enxergar duas das possíveis origens que despertaram em mim este instinto pré-histórico.
As lições na lousa
Eram os anos 90, eu frequentava a escola no ensino fundamental e todas as professoras passavam suas matérias na lousa que, geralmente, era dividida em três ou quatro partes. Além disso, eram os professores que mudavam de sala.
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Os alunos precisavam copiar a matéria para o caderno de forma rápida o suficiente antes que a professora terminasse de escrever na última parte da lousa e apagasse as anteriores, ou que a aula acabasse e outra professora apagasse a lousa.
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Acho que foi assim que desenvolvi o estilo de minha caligrafia, conhecido popularmente como letra de médico, muitas vezes eu sequer compreendia o que havia escrito, sério! Isso além de dificultar a minhas revisões e estudos fazia com que eu não tivesse vontade de escrever, pois não gostava dos meus garranchos.
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Já adulto notei que eu não tinha mais paciência para escrever, digo, tentar fazer aquela caligrafia bonita, com letras cursivas arredondadas e fáceis de ler.
A morte de meu pai
Eu tinha um ótimo relacionamento com meu pai e ele era muito bem quisto pelos meus primos, amigos e pelo pessoal da área, um cara legal. Eu não esperava que no auge dos meus 15 anos ele fosse assassinado de forma tão cruel.
Ele saiu para trabalhar e sofreu um sequestro relâmpago que, talvez, tenha sido encenado para encobrir o motivo real do assassinato. O fato é que bateram nele até que a cabeça abrisse e depois atearam fogo no carro com ele dentro.
Nunca descobri o motivo disso e nem quem foram os autores, na verdade, na época eu escolhi não saber, o intuito era proteger minha família, uma vez que não sabíamos com quem estávamos lidando e que isso não o traria de volta.
Na ocasião, eu não quis ir ao velório e nem ao enterro, no meu entendimento não havia nada para ver em um caixão lacrado, minhas irmãs e mãe também não foram, apenas o resto da família. Durante muito tempo ficou uma sensação de que a qualquer hora ele iria voltar. Vivi o luto como pude.
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Acho que daí brotou em mim alguma sensação oculta de urgência em viver, como se a morte inesperada de meu pai, que na época tinha minha idade hoje, me dissesse que talvez eu não tivesse muito tempo. Por isso a pressa de conquistar e viver. A minha sorte e a de muitas outras pessoas, foi que meu filtro ético não era tão flexível.
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No resumo
Eu nunca havia conseguido pensar no futuro a longo prazo, coisas como: qual carreira eu gostaria de seguir profissionalmente e como alcançar este objetivo. Descobri na escrita uma ferramenta muito importante para organizar minhas ideias e sentimentos.
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No entanto, isso só foi possível quando inventei de digitar meus sentimentos e pensamentos, assim a escrita era legível e eu podia editar as ideias com agilidade, depois lê-las e compreender melhor meus pensamentos e sentimentos.
Este exercício me mostrou a importância de estar sempre alerta, ou seja, ter o sensor de auto percepção ligado, monitorando para fazer autocríticas e garimpar informações pertinentes para o autoconhecimento.
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Dessa forma, é possível, por exemplo, sentir os sintomas da ansiedade logo quando eles aparecem e enfrentá-la com o controle da respiração e outras técnicas que me trazem para o presente, recuperando o autocontrole.
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Natural de São Paulo, José Luiz Cardoso Nunes é conhecido como Djoseman.
MC e DJ, já dividiu palco com Rapadura e Edi Rock, além de ter trabalhado com Emicida.
Um dos históricos fundadores do Coletivo Na Humilde Crew.
Suas músicas e textos focam em autoconsciência e gentilmente compartilha seus escritos com OA