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Eleição, a festa da Democracia

Já pensaram em como as eleições parecem uma festa? A realidade é que essa festa da democracia tem muito de festa e pouco de democracia
Publicado em 2 de outubro de 2024
por Said

Já pararam para pensar em como as eleições se assemelham a uma festa? Não no sentido figurativo de “festa da democracia”, como a propaganda oficial do TSE sugere, mas literalmente. Nas cidades, especialmente nas do interior, esse período traz uma agitação, com eventos diários que não só oferecem entretenimento à população, mas também proporcionam uma renda extra para muitas famílias. É uma verdadeira competição para ver quem faz mais barulho, quem tem mais carros e motos adesivados, quem leva mais pessoas para caminhadas e carreatas.

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Os gastos de campanha chegam a ser desproporcionais, com alguns candidatos investindo mais dinheiro do que receberiam de salário em um eventual mandato. Fato é que as eleições envolvem muito mais interesses do que só o salário a ser recebido pelos eleitos, alguns desses interesses inconfessáveis a luz do dia. A realidade é que essa “festa da democracia” tem muito de festa e pouco de democracia.

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Embora a participação popular aparente ser intensa durante a campanha, o mesmo não acontece ao longo do mandato. O eleitor que é convocado a ajudar no período eleitoral não é convidado a contribuir na gestão, sendo raros os casos de mandatos participativos. O poder, muitas vezes, isola os governantes, seja pelo medo de perdê-lo ou pela sensação de superioridade que ele traz. E é justamente a parte da democracia que fica de fora dessa festa.

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Não há um debate sério sobre os problemas reais da cidade, e muitos candidatos evitam debates. Em vez disso, o que se vê é um jogo de empurra-empurra entre quem está e quem já esteve no poder, como se o foco fosse descobrir quem deixou a cidade em pior estado. A verdade é que os problemas da cidade permanecem os mesmos há décadas. Basta lembrar, por exemplo, do problema do Lago, que já era uma questão em campanhas de 4, 8 ou 12 anos atrás.

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O mesmo vale para o lixão municipal, que há anos arde em chamas, deixando o ar insalubre, sem uma solução à vista. Além disso, Ceres tem perdido o protagonismo que um dia teve. Já foi um importante polo regional de saúde e educação, mas não é mais referência em saúde pública. Casos graves são encaminhados para Uruaçu, Goianésia ou Jaraguá, e, mesmo no setor privado, cidades vizinhas têm se destacado.

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Na educação, ainda mantemos relevância, sobretudo graças à UniEvangélica, ao Instituto Federal Goiano e à UEG, mas essas instituições carecem de apoio. A UniEvangélica, por exemplo, precisa de apoio político para abrir novos cursos, algo que deveria ser prioridade para todos os vereadores e candidatos. Em vez disso, os políticos locais preferem emendas de R$ 100.000,00 que, embora úteis, não movimentam a economia nem geram empregos de forma significativa.

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A pressão política também deveria ser usada para fortalecer o IF Goiano, ampliando seu quadro de servidores e cursos, e para revitalizar a UEG, que está estagnada e sem receber investimentos relevantes. A UEG, que já foi um ator importante na educação da cidade, hoje não abre novos cursos nem recebe grandes investimentos. Se realmente há uma parceria com o governador, como alguns candidatos afirmam, é o momento de cobrar investimentos em educação.

Cuidar do asfalto e embelezar a cidade é dever de toda prefeitura, pois pagamos impostos para isso. No entanto, são iniciativas como a ampliação de cursos que trazem um impacto duradouro à economia local, atraindo novos moradores e movimentando o comércio. Na saúde pública, o Hospital São Pio X desempenha um papel crucial. Sem ele, os problemas seriam muito mais graves.

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O exemplo a ser seguido parece ser o do Hospital de Caridade São Pedro de D’Alcântara, na cidade de Goiás, mas sem apoio efetivo do poder público, uma solução sustentável parece distante. Em Goiás Velho por ser o berço político de várias famílias políticas do Estado, mesmo com prefeitos do PT o Governo do Estado sempre ajudou a manter o bom funcionamento da instituição.

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A festa da democracia continua, mas em poucos dias passará, e sua “ressaca” deixará para trás os problemas não resolvidos da cidade. A esperança é que, além dos 13 eleitos em 6 de outubro, haja sabedoria suficiente para envolver toda a população na busca por soluções. Quando se deixa o ego de lado, é possível construir muito em prol do bem comum.

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Mas, como o sábio Rei Salomão bem asseverou no Eclesiastes “Vaidade de vaidades! Tudo é Vaidade. Que vantagem tem o homem de todo o seu trabalho, que ele faz debaixo do sol? Uma geração vai, a outra geração vem, mas a terra para sempre permanecerá”. Ceres permanecerá e as vaidades vão ficando pelo caminho, marcha inexorável do tempo, que tudo trata de renovar.

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oa
Said é descendente de árabes, mais um ceresino
com boa visão política e um colaborador do portal O Agregador

Ficha Técnica

Editor Chefe: Luiz Fernando
Supervisão: Rafaela Prado
Redação: Greg

Fotos publicadas com respeito ao Direito de Imagem
Créditos: TRE-DF

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Quem morreu foi Senor Abravanel
Dirceu Lopes foi um grande jogador de carreira internacional, que mereceria um verbete na Wikipédia. Nascido em Minas Gerais, escolheu Ceres para ser sua terra do coração.
Os mais afetados foram mulheres (53%), jovens entre 16 e 24 anos (56%)

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