O caos na Saúde Pública Municipal de Ceres está estampado nos números atualizados do Monitoramento das Arboviroses divulgado pelo Ministério da Saúde.
Eram em março, 195 casos registrados sendo investigados como dengue e a suspeita de um óbito. O cabuloso é que isso acontece dentro de uma cidade com quase 10 hospitais, mais de uma centena de médicos, cujo os cofres públicos municipais receberam só de emendas parlamentares desde o início dessa gestão, cerca de 7 milhões de reais para investimento e custeio na Saúde.
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Se os gestores municipais da Saúde, com um orçamento desse, não conseguem prevenir e tratar de dengue, irão conseguir oferecer algum outro serviço de Saúde com um mínimo de qualidade?
Há 4 anos, a atual gestão municipal adotou um modelo de gestão na saúde de abandono do atendimento do Hospital Pio X para transferir os serviços públicos municipais de Saúde para Hospitais Particulares da cidade. O resultado está estampado nos números de mortos e feridos que o município produziu nestes últimos anos, pois se você pegar os dados da covid-19 somados aos dados da dengue, duvido, que algum outro prefeito e Secretária Municipal de Saúde no passado, contabilizaram mais gentes enfermas e moribundas do que a gestão municipal atual conseguiu produzir só nessa gestão.
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Conforme demonstra o gráfico, os casos de dengue explodiram na sexta semana do ano (primeira quinzena de fevereiro) com mais de 52 casos registrados.
Vale a pena lembrar que para cada caso registrado, há suspeita de pelo menos 5 outros casos de pessoas que não registram ou procuram assistência médica-ambulatorial e ficam sofrendo em casa. Portanto, o estrago, na prática, pode ser muito maior.
Se observarmos o gráfico, percebe-se que houve um relaxamento geral no cuidado e na prevenção do ano passado para este, caso típico de má-gestão – incapacidade de agir preventivamente, sendo apenas um fantoche reagente movido pelas cobranças e empurrões da sociedade.
Uma pena para a população ter pessoas tão despreparadas à frente de uma pasta tão importante. E isso não é de agora, vem desde o início da gestão, mas o prefeito, por opção e conveniência preferiu manter a equipe.
Não adianta perguntar para onde está indo esse dinheiro, basta olhar o padrão de vida dos donos de hospitais que são beneficiados com essa fatia gorda do orçamento da Saúde.
O fato concreto é que a dengue em Ceres está em completo descontrole. E a prefeitura, sem saber o que fazer, abandona de vez o Estado laico e aposta no pentecostalismo, na oração, no milagre, porque agora, só Jesus na causa.
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Ceresino é jornalista e historiador popular, apaixonado por Ceres
e um colaborador do portal O Agregador